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Entenda o “Sequestro do Pix” e como se proteger de golpes e sequestros.

12 de agosto de 2024

Tempo de leitura: 8 Minutos

Desde o início do ano várias notícias de sequestros e golpes nos quais a vítima precisa efetuar transferências na modalidade Pix em troca da própria liberdade apareceram e com isso a preocupação da população também.

A tecnologia do Pix vem sendo discutida no Brasil há muitos anos, alguns especialistas datam o início das conversas sobre a modalidade de pagamento instantâneo de 2016, enquanto outros apontam que o desenvolvimento começou em 2018, mas, a implementação de fato, só ocorreu em 2019 e, pela praticidade intrínseca à atividade, o Pix se popularizou rapidamente entre os brasileiros. Uma vez feito o PIX, não há como a transação ser “estornada”, ele é instantâneo. Não há como cancelar, já que isso traria extrema insegurança para as transações.

Apesar dos benefícios, tal tecnologia facilitou a execução de crimes porque uma vez feito o Pix, não há como a transação ser “estornada” ou cancelada, e, principalmente, em cidades grandes, o percentual de casos que ficaram conhecidos como “sequestro do Pix” aumentou consideravelmente em 2022 em relação ao mesmo período em 2021.

De acordo com o Estadão a partir de dados obtidos via Lei de Acesso à Informação, por exemplo, de janeiro a setembro de 2022 foram registradas 5 mil extorsões no estado de São Paulo.

Além disso, conforme informações da Secretaria de Segurança Pública Estadual (SSP), somente durante o último mês de janeiro contabilizou-se dez ocorrências de extorsão mediante sequestro na capital paulista. Desse modo, o primeiro mês do ano, sozinho, conseguiu superar a quantidade de casos semelhantes que foram registrados durante todo o primeiro trimestre de 2022. No referido mês, 33 suspeitos de participação em golpes de sequestro do Pix foram presos. Conforme informaram as autoridades de segurança de São Paulo, essa modalidade de crimes teria sido iniciada na zona norte da cidade.

Apesar de São Paulo ter chamado a atenção da mídia nacional no início do ano, os golpes envolvendo o “sequestro do Pix” já foram registrados em diferentes regiões do Brasil. A Polícia da Bahia, inclusive, chegou a alertar que os alvos desses criminosos seriam principalmente comerciantes e empresários. Os agentes explicam que, após o sequestro-relâmpago, mesmo com a proteção bancária, que limita saques no período noturno, os sequestradores comumente tentam extorquir familiares e amigos em busca de transferências via Pix.

O tenente-coronel da Polícia Militar (PM) de São Paulo (SP), José Elias de Godoy, explica que para que um fato criminoso ocorra há uma espécie de “triângulo”: “São três lados: o primeiro é o atrativo; o segundo a motivação; e o terceiro é a oportunidade”, detalha. O especialista defende que os dois primeiros índices não podem ser controlados, porém, o terceiro pode ser evitado através de uma mudança de hábitos.

“Nós temos condições de evitar essa oportunidade. Você está andando na rua e ao invés de ficar com o celular na mão, você coloca no bolso, ou em um lugar escondido, e demonstra sempre atenção. Assim, você diminui e acaba com a oportunidade do bandido. Isso serve para tudo”, exemplifica.

Nesse sentido, o tenente-coronel destaca que casos de sequestros relâmpagos podem ser reduzidos através do planejamento. “Essa é uma modalidade de roubo, uma qualificação de roubo. Antigamente, acontecia muito para tirar dinheiro dos caixas eletrônicos. Mas, hoje, é por conta do Pix. O que nós temos que pensar é que podemos criar algumas dificuldades para que não sejamos vítimas dessa situação”, pontuou.

Sequestro do Pix versus Golpe do Pix

A partir do que se tem conhecimento, é possível afirmar que existem duas categorias de práticas criminosas envolvendo a modalidade Pix: o Golpe do PIX e o Sequestro do Pix.

O Golpe do Pix se refere a uma artimanha cibernética que tenta enganar o próprio consumidor. Essa prática pode se dar por meio de promoções falsas, contas/boletos falsos, número desconhecido no WhatsApp ou até mesmo ligações de números não registrados.

O Sequestro do Pix, por outro lado, se refere a uma prática criminosa mais marcada, na qual a vítima fica retida com o criminoso, que a obriga a passar os dados pessoais para ter acesso às contas bancárias e transferir valores via Pix, que é o mecanismo mais rápido.

É correto afirmar, portanto, que ambas as categorias representam riscos significativos para a segurança financeira das pessoas, e é importante tomar precauções para evitá-los.

10 Dicas preventivas para evitar o “Sequestro do PIX”

Conforme já apresentado, o “Sequestro do Pix” é uma prática criminosa que tem se tornado cada vez mais comum. Para evitar cair nesse golpe, é importante adotar medidas preventivas. Aqui estão 10 dicas para ajudar a evitar ser vítima:

1. Manter-se atento

Esteja vigilante e consciente do ambiente ao seu redor, evitando expor objetos de valor e evitando áreas consideradas perigosas.

Para Elias de Godoy, a atenção é a principal estratégia para evitar casos de sequestros do Pix. “Você deve estar atento ao que pode acontecer”. Por isso, ao planejar uma rotina deve-se avaliar os riscos inerentes ao trajeto e agir de acordo com eles. Se há necessidade de passar por um percurso reconhecidamente mais perigoso, pode-se evitar utilizar joias ou deixar objetos de valor como celulares e computadores à mostra.

2. Estabeleça um limite de transferência

Defina um limite para as transações de PIX, pois isso pode desencorajar os sequestradores, já que eles normalmente buscam transações rápidas e de alto valor.

Godoy acredita que, em casos de sequestro do Pix, uma outra estratégia relevante é ter um limite de transferência nessa modalidade. “Salvo raras exceções, o bandido não quer ficar muito tempo com a vítima. Porque ele está sujeito a ser abordado”, afirma. A explosão de casos de São Paulo fez com que o Banco Central adotasse uma medida mais rígida de segurança nesse contexto apenas um ano após o lançamento da tecnologia.

3. Utilize tecnologia de rastreamento

Considere a utilização de aplicativos de rastreamento para compartilhar sua localização com pessoas de confiança, a fim de obter ajuda em emergências.

“Se acontecer alguma situação, podemos enviar um alerta. Tudo isso vai ajudar a gente em situações de dificuldades”, afirma Godoy.

4. Evite exposição excessiva nas redes sociais

Limite as informações pessoais que você compartilha nas redes sociais, especialmente a sua localização em tempo real, pois isso pode atrair a atenção indesejada de criminosos.

Com a popularização das redes sociais, a vida das pessoas ficou mais exposta aos olhos de desconhecidos. “Isso é um atrativo e você está dando oportunidade também. Muita exposição pode criar uma motivação”, opina Godoy. “Tem-se que tomar muito cuidado com a rede social, é por onde a gente acaba passando muitas informações da nossa vida”, alerta.

5. Esteja ciente dos golpes mais comuns

Mantenha-se informado sobre os golpes relacionados ao PIX, como pedidos de dinheiro através de aplicativos de mensagens ou solicitações de atualização cadastral por SMS, e-mail ou telefone.

O Banco Central ressalta ainda que nunca se deve negociar uma transferência somente através de mensagens, sendo necessário sempre telefonar para a pessoa que receberá o valor para confirmar a identidade do usuário.

6. Reforce a segurança digital

Proteja seu dispositivo móvel com senhas fortes e utilize recursos adicionais de segurança, como autenticação em dois fatores, para garantir a proteção das suas transações de PIX.

7. Tome medidas para recuperar os valores perdidos

Em caso de sequestro do PIX, registre um boletim de ocorrência e entre em contato com seu banco para solicitar a devolução dos valores. O Banco Central oferece um Mecanismo Especial de Devolução para auxiliar nesses casos.

8. Considere a contratação de um seguro

Pesquise sobre empresas que ofereçam seguro para carteiras digitais, pois isso pode fornecer proteção adicional contra situações de roubo ou sequestro de PIX.

9. Antes de sair de casa, planeje o trajeto e conheça a região

É uma medida importante para evitar sequestros e melhorar a sua segurança pessoal.

Descubra os locais mais tranquilos para sua rota e mantenha-se protegido. Explore nossa lista exclusiva de áreas seguras no Brasil.

10. Utilize meios de transporte seguros

Seja cauteloso ao utilizar meios de transporte público ou privado. Opte por táxis, aplicativos de transporte reconhecidos ou transporte público confiável. Se possível, viaje em grupos ou acompanhado de outras pessoas, especialmente durante a noite.

É válido ressaltar que a prevenção é fundamental para evitar sequestros. Ao adotar as dicas apresentadas e estar sempre vigilante, você aumentará sua segurança pessoal e reduzindo os riscos de se tornar uma vítima.

10 Dicas preventivas para evitar o Golpe do PIX no celular

O Golpe do PIX é uma outra prática criminosa que tem se tornado cada vez mais comum. Para evitar cair nesse golpe, é importante adotar medidas preventivas. Aqui estão 10 dicas para ajudar a evitar ser vítima:

1. Mantenha seu celular seguro

Use senhas fortes para desbloquear o dispositivo e mantenha-o atualizado com as últimas atualizações de segurança. Não compartilhe seu celular com pessoas desconhecidas.

2. Desconfie de ligações ou mensagens suspeitas

Nunca compartilhe informações pessoais ou bancárias por telefone, mensagem de texto ou e-mail, a menos que você tenha certeza de que está em contato com uma fonte confiável.

3. Verifique a autenticidade dos contatos

Ao receber uma ligação ou mensagem de alguém que afirma ser do seu banco ou provedor de serviços financeiros, verifique a autenticidade entrando em contato diretamente com a instituição usando os canais oficiais.

4. Não clique em links suspeitos

Evite clicar em links recebidos por e-mail, mensagem ou redes sociais, especialmente se eles solicitarem informações pessoais ou bancárias.

5. Não forneça códigos ou senhas

Nunca compartilhe códigos de autenticação, senhas, PINs ou qualquer outra informação confidencial com terceiros.

6. Ative a autenticação em duas etapas

Sempre que possível, ative a autenticação em duas etapas para adicionar uma camada extra de segurança às suas contas.

7. Utilize aplicativos oficiais

Baixe aplicativos de bancos e provedores de serviços financeiros somente de fontes confiáveis, como a loja oficial de aplicativos do seu dispositivo.

8. Monitore suas transações

Fique atento às transações realizadas em sua conta bancária e notifique imediatamente o banco caso identifique atividades suspeitas.

9. Informe-se sobre golpes cibernéticos conhecidos

Esteja ciente dos golpes mais comuns, como phishing, vishing e smishing, para que você possa identificá-los e evitá-los.

10. Eduque-se e esteja atualizado

Mantenha-se informado sobre as últimas práticas de segurança cibernética e esteja ciente das novas técnicas utilizadas pelos criminosos.

É importante lembrar que a prevenção e a conscientização são essenciais para evitar o sequestro por PIX. Ao adotar essas medidas de segurança, o risco de se tornar uma vítima desse tipo de crime será menor.

O que fazer em caso seja vítima do sequestro do Pix

Caso seja uma vítima do sequestro do Pix ou golpe do Pix, é importante agir rapidamente e tomar as medidas necessárias para minimizar os danos. Aqui estão algumas ações que você pode tomar:

1. Entre em contato com o banco ou instituição financeira

Assim que perceber que foi vítima, entre em contato imediatamente com o seu banco ou instituição financeira. Notifique-os sobre a situação e forneça todos os detalhes relevantes, como o valor transferido, a conta de destino e os dados do remetente, se possível. Eles poderão iniciar uma investigação e tomar medidas para bloquear a transferência ou recuperar os fundos, se ainda não tiverem sido retirados.

2. Registre um boletim de ocorrência

Dirija-se à delegacia mais próxima e registre um boletim de ocorrência sobre o sequestro do Pix. Forneça todos os detalhes disponíveis e qualquer evidência relevante, como mensagens, e-mails ou qualquer outra forma de comunicação relacionada ao incidente. O boletim de ocorrência é um documento importante para documentar o crime e pode ser útil para futuras investigações e processos legais.

3. Informe as autoridades competentes

Além de registrar um boletim de ocorrência, informe também o caso ao Banco Central do Brasil e à Polícia Federal, pois eles têm jurisdição sobre crimes financeiros e podem auxiliar na investigação.

4. Mantenha registros e evidências

Guarde todas as evidências relacionadas ao sequestro do Pix, como cópias de mensagens, e-mails, extratos bancários ou qualquer outro tipo de documento que comprove o ocorrido. Essas informações podem ser úteis para investigações futuras e para comprovar a condição de vítima.

5. Consulte um advogado

Em situações como essa, é aconselhável procurar orientação jurídica. Um advogado especializado em direito financeiro ou crimes cibernéticos poderá fornecer assistência legal adequada, orientando sobre seus direitos, as medidas legais a serem tomadas e como proceder para buscar a recuperação dos valores perdidos.

É necessário pontuar que em todo o Brasil, o número 190 é utilizado para acionar a polícia. A central funciona gratuitamente 24 horas por dia em todos os dias da semana.

Em conclusão, a prevenção de sequestros requer atenção, cautela e a adoção de medidas de segurança adequadas. É essencial estar sempre alerta ao entorno, evitando expor informações pessoais nas redes sociais, variando rotinas, compartilhando planos com pessoas confiáveis e utilizando meios de transporte seguros. Além disso, conhecer os golpes e as formas de abordagem mais comuns, investir em segurança digital e buscar medidas adicionais de proteção, como sistemas de alarme e câmeras de segurança, são ações que contribuem para minimizar os riscos.

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